A colheita da safra brasileira de soja 2022/23 atingiu 1,8% da área cultivada no Brasil na quinta-feira (19), triplicando em relação aos 0,6% da semana anterior. Mesmo assim, ainda há atraso na comparação com os 4,7% do mesmo período do ano passado, segundo levantamento da consultoria AgRural, divulgado hoje.

“Além de uma leve melhora de ritmo em Mato Grosso, onde a semana foi marcada por aberturas de sol um pouco mais consistentes, as colheitadeiras começaram a entrar em campo em outros Estados importantes, com destaque para Bahia e Goiás”, disse a AgRural.

Também já há colheita no Paraná, mas os trabalhos ainda são extremamente localizados, pois há pouca soja pronta, por causa do alongamento do ciclo das lavouras.

A AgRural revisou para baixo a sua estimativa de produção de soja na safra 2022/23 do Brasil. A projeção caiu 700 mil toneladas em relação a dezembro, para 152,9 milhões de toneladas, por causa de “um corte de 1,1 milhão de toneladas no Rio Grande do Sul e a ajustes negativos pontuais no Paraná e em Mato Grosso do Sul, que foram parcialmente compensados por pequenos incrementos em outros Estados”.

Milho – A colheita do milho verão 2022/23, por sua vez, alcançou 5,9% da área cultivada no Centro-Sul do Brasil na quinta, em comparação com 4,5% na semana anterior e 10,9% um ano atrás. Os trabalhos continuam concentrados nos três Estados do Sul do País.

A AgRural estima a produção total de milho do Brasil na temporada 2022/23 em 123,9 milhões de toneladas, em comparação com 124,3 milhões na projeção de dezembro. “O corte deveu-se a mais um ajuste negativo na safra de verão do Rio Grande do Sul”, disse a consultoria.

Com a colheita da soja ganhando um pouco mais de ritmo em Mato Grosso, os produtores começaram o plantio da safrinha 2023 de milho. Isso levou a semeadura do cereal a cobrir, até quinta, 1% da área estimada para o Centro-Sul do Brasil, ante 5,4% um ano atrás.

Os trabalhos, por ora, estão restritos a Mato Grosso. Ainda que haja um leve atraso neste primeiro momento, ele ainda não chega a preocupar em relação à janela de semeadura do cereal, pois os produtores têm capacidade de plantar rapidamente assim que as condições climáticas permitam, explicou a AgRural. “É importante, porém, que a colheita da soja ganhe mais ritmo na virada de janeiro para fevereiro para que não haja muita concentração no plantio da safrinha”, concluiu.