NAS ALTURAS
29 de maio 2018 | AgRural
Dólar mais caro não é exclusividade do Brasil e terá consequências na comercialização 2018/19
A valorização do dólar diante do real acontece de forma quase ininterrupta desde o início de 2018 e ganhou fôlego extra a partir de abril. Na segunda quinzena de maio, não fosse a atuação do Banco Central, a cotação da moeda americana provavelmente teria entrado na casa de R$ 3,80 – algo que não acontece há mais de dois anos.
Mas a tentativa brasileira de segurar o avanço da moeda americana – ainda que necessária em alguns momentos – é como enxugar gelo, já que a valorização do dólar não está acontecendo somente aqui no Brasil. Basta passar os olhos nos gráficos a seguir, que mostram a divisa dos EUA cotada em pesos mexicanos, liras turcas e rublos russos, para perceber que o movimento do dólar é muito parecido.
E se engana quem pensa que a desvalorização das moedas nacionais diante do dólar é exclusividade de países em desenvolvimento. Os gráficos abaixo mostram que o dólar também vem subindo diante do euro e do franco suíço, entre várias outras moedas de países ricos.
Essa valorização do dólar acontece por conta de fatores macroeconômicos dos EUA, com destaque para o aumento da taxa de juros. Um termômetro importante da valorização do dólar é o dollar index, índice que compara a divisa dos EUA a uma cesta de outras seis moedas importantes do mundo, como o euro e o iene japonês.
Por conta de um forte movimento de alta iniciado em abril, o dollar index está em seu patamar mais elevado desde outubro do ano passado. Esse avanço acontece dentro de um movimento maior de alta, iniciado em 2013, e devolve parte da queda registrada ao longo de 2017.
Na AgRural, a análise do dollar index é um dos pilares das estratégias de comercialização de soja e milho desenvolvidas para seus clientes. O comportamento desse índice – e suas consequências para o câmbio brasileiro – será fundamental para o planejamento das vendas da safra 2018/19. Por quanto tempo a tendência de alta persistirá? Será que vem correção por aí?
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