Prêmio sobre o produto brasileiro oscila nos últimos dias, com tendência de alta – AgEstado

 

 

Os prêmios pagos pela soja brasileira nos portos subiram na última semana, especialmente na segunda-feira, com o acirramento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Hoje, se mantiveram firmes, mas um pouco abaixo do dia anterior. A Agrinvest contabilizava hoje no Porto de Paranaguá (PR) prêmio para setembro de US$ 1,20/bushel (comprador) e US$ 1,35/bushel (vendedor) acima dos preços da soja na Bolsa de Chicago (CBOT). Na segunda-feira, a referência chegou ao pico de US$ 1,30/bushel (comprador) e US$ 1,35/bushel (vendedor). Na sexta-feira, a ideia era de US$ 1,20/bushel (comprador), sem vendedor.

Segundo a analista Daniele Siqueira, da AgRural, os prêmios estão subindo desde a semana passada, quando os futuros em Chicago começaram a ceder, com a falta de avanço na mais recente rodada de negociações entre EUA e China. A AgRural apontou prêmio para embarque curto em Paranaguá hoje de US$ US$ 1,20/bushel, ante US$ 1,25/bushel na segunda-feira, porém ainda acima dos US$ 1,15/bushel de sexta-feira (02). Os valores estão bem mais altos do que na semana anterior – em 29 de julho, o prêmio era de US$ 0,72/bushel.

A demanda chinesa, contudo, está mais fraca neste ano do que no ano passado, seja nos EUA ou aqui, o que limita a explosão dos prêmios no País acima de US$ 2/bushel. Conforme a analista, o mercado brasileiro estava em ritmo lento até maio porque havia expectativa de resolução do conflito comercial. “Em maio parecia que a guerra comercial ia se resolver mas os dois países voltaram a brigar. A China acabou comprando do Brasil em maio para embarque em junho e julho.”

Ainda assim, as compras chinesas no Brasil de janeiro a julho totalizaram 39,3 milhões de toneladas, ante 43,9 milhões de toneladas um ano antes, segundo a analista. “Daqui para frente, se os chineses realmente não comprarem mais dos EUA, podemos ter (movimentações nos) últimos meses do ano melhores em relação ao que se esperava, mas não acima do ano passado”, disse. Conforme a analista, a demanda da China vem sendo prejudicada pelo avanço da peste suína africana. Além disso, segundo Daniele, a Argentina está mais presente no mercado internacional neste ano. “No ano passado eles tiveram quebra de safra, mas neste ano têm muito mais soja para vender.”

A analista pondera que os preços no País reagiram não só em virtude da elevação dos prêmios mas também da alta do dólar. Em Cascavel, os preços ontem eram de R$ 74,50/saca no disponível, ante R$ 72,50/saca uma semana antes e R$ 74/saca no começo do mês anterior. Em Sorriso (MT), os preços na segunda-feira eram de R$ 65/saca, R$ 63,50/saca sete dias antes e R$ 61,50/saca no dia 5 de julho.

Para a analista Daniely dos Santos, da Céleres, a China deve voltar a originar soja no mercado brasileiro conforme suas necessidades. “A tendência é de que a demanda chinesa, continuando o cenário de impasse entre China e EUA, se volte mais uma vez para o País, favorecendo a nossa formação de preço”, disse. Por enquanto, ela não vê espaço para os prêmios alcançarem os patamares de US$ 2,40/bushel do ano passado, mas pondera que, se houver prolongamento do conflito sino-americano e uma safra menor de soja dos EUA se confirmar, os prêmios ainda podem subir além dos níveis atuais.

Com informações da AgEstado

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