BLOG | Chuvas destravam plantio de soja, mas atraso em MT ainda é grande – Valor Econômico

Chuvas destravam plantio de soja, mas atraso em MT ainda é grande – Valor Econômico

28 de outubro 2020 |

 

No Paraná, ritmo já superou o observado no ano passado, segundo a AgRural

 

As chuvas mais consistentes que caíram sobre as principais regiões produtores de soja do país na semana passada motivaram forte aceleração do plantio do grão nesta safra 2020/21, mas o atraso geral provocado pela seca entre setembro e meados deste mês ainda deixa sequelas, principalmente em Mato Grosso.

Segundo a AgRural, até quinta-feira a semeadura alcançou 23% da área total que deverá ser cultivada no Brasil na atual temporada, ante apenas 8% na semana anterior. Nas contas da consultoria, foram cobertos mais 5,6 milhões de hectares no período. Há um ano, porém, o percentual era 36%, e a média das últimas cinco safras para o início da segunda metade de outubro é de 32%.

De acordo com a Conab, a área plantada nacional de soja deverá somar 37,9 milhões de hectares em 2020/21, 2,5% mais que em 2019/20, liderada por Mato Grosso (10,3 milhões de hectares, avanço de 11,1%) e Paraná (5,5 milhões de hectares, aumento de 0,7%). A colheita brasileira do grão está calculada pela estatal em 133,7 milhões de toneladas, com incremento de 7,1% na comparação.

Alaíde Ziemmer, analista da AgRural, realça que no Paraná as chuvas recentes já foram suficientes para recuperar o atraso das primeiras semanas de trabalho. No Estado, segundo maior produtor de soja e milho do país, atrás de Mato Grosso, a semeadura da oleaginosa chegou a 51% da área projetada até o dia 22, pouco mais que na mesma data de 2019. Já nos campos mato-grossenses o plantio, mesmo após avançar, chegou a 33% da área prevista até quinta-feira, ante 72% um ano antes.

“As chuvas voltaram em Mato Grosso e as previsões são favoráveis, mas não será fácil tirar um atraso tão grande”, disse Alaíde. “Mas os produtores do Estado, que são tecnificados e têm muito maquinário, estão plantando dia e noite”. Segundo ela, o cenário torna cada vez mais estreita a janela climática para o plantio de milho e algodão na segunda s afra no Estado do Centro-Oeste, mas não põe um risco as estimativas para a colheita da oleaginosa no país, que deverá bater um novo recorde.

De acordo com os dados da Conab, a produção de soja, que é o carro-chefe do agronegócio nacional, deverá somar 20,1 milhões no Paraná, 6,8% menos que no ciclo 2019/20, graças ao clima menos favorável, e 36,8 milhões de toneladas em Mato Grosso, 2,7% mais.

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ligado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), está menos otimista. Projeta a colheita local em 35,9 milhões de toneladas, com avanço de 1,3%. Segundo o Imea, o plantio evoluiu na semana passada e atingiu 24,9% da área projetada, um avanço de 16,7 pontos percentuais ante a semana anterior. Para os principais polos de Mato Grosso, a previsão é de clima mais chuvoso nas próximas semanas.

No Estado, grupos que arriscaram semear a soja “no pó” vão ter que replantar algumas áreas. É o caso da Terra Santa Agro, uma das maiores produtoras de grãos do país, que tem ações negociadas na B3. A empresa vai cultivar mais de 80 mil hectares de soja nessa safra. Desse total, cerca de 10% corre risco de replantio. Segundo o presidente da Terra S anta, José Humberto Teodoro, mais de 55% da área da companhia foi semeada até semana passada, mas quase toda em condições adversas de umidade do solo.

Como o retorno das precipitações aparentemente sepultou as perspectivas de quebra de safra, o “weather market” brasileiro já não sustenta mais as cotações na bolsa de Chicago, como no início de outubro. Mas os preços domésticos continuam em níveis nunca antes vistos, em boa medida graças ao câmbio. O indicador Esalq/BM&FBovespa para a saca de 60 quilos negociada em Paranaguá (PR) alcançou ontem o recorde de R$ 166,57, com altas de 12,5% em outubro e 90,2% em 12 meses.

 

 

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