O Brasil aumentou ainda mais a distância na produção de soja em relação aos Estados Unidos, o segundo maior produtor mundial. O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduziu, nesta terça-feira (12), a safra americana de 2023/24 para 112,8 milhões de toneladas. A estimativa anterior era de 116,4 milhões.
Com isso, o Brasil deverá participar ainda mais do mercado internacional, elevando as exportações de 2022/23 (outubro de 2022 a setembro de 2023) para 95 milhões de toneladas. A da próxima safra será de 97 milhões, nos cálculos do Usda.
O Brasil ganha uma fatia maior do mercado internacional porque teve uma safra recorde de 156 milhões de toneladas, na avaliação do órgão americano, 1 milhão a mais do que a previsão da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Com oferta maior da oleaginosa e preços mais competitivos, as exportações brasileiras superam em 75% as americanas na safra 2022/23 e devem ser 99% superiores em 2023/24.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos voltou a reduzir a estimativa de produção americana devido a uma queda de produtividade para 56,2 sacas por hectare. A média brasileira da safra deste ano foi de 58,5 sacas, segundo a Conab. Com isso, os estoques finais americanos caem para 6 milhões de toneladas, o suficiente para 21 dias de consumo do país, segundo a AgRural, de Curitiba (PR).
Uma boa notícia para o Brasil é que a China aumenta as importações. Neste ano, serão 102 milhões de toneladas. No próximo, 100 milhões.
Já a produção de milho da safra 2023/24 será maior do que o Usda esperava até o mês passado. Serão 384,4 milhões de toneladas, elevando os estoques finais do país para 56,6 milhões de toneladas. Se confirmados, serão os mais elevados dos últimos cinco anos, segundo a AgRural.
Na avaliação que o Usda faz do Brasil, eleva a safra deste ano do cereal para 137 milhões, o que permitirá exportações de 57 milhões de toneladas de março de 2023 a fevereiro de 2024.
O potencial de exportação de milho da Ucrânia, devido à guerra, se mantém abaixo dos 20 milhões de toneladas, enquanto a China deverá importar 18,5 milhões na safra 2022/23.
A produção de algodão americana fica abaixo dos 3 milhões de toneladas de pluma. Prevista em 3,05 milhões até o mês passado, a safra de 2023/24 deverá render 2,86 milhões de toneladas, a mais baixa desde 2015/16.
As exportações de pluma dos EUA também recuam. A nova estimativa indica que, do início de agosto deste ano ao final de julho do próximo, os americanos exportam 2,68 milhões de toneladas. Na mesma safra, o Brasil coloca 1,45 milhão no mercado externo.