A chance de um acordo comercial iminente entre EUA e China – os presidentes dos dois países terão um encontro na quinta-feira (30) – está dando fôlego às cotações da soja na Bolsa de Chicago. Nesta terça (28), o contrato mar/26 operou acima de US$ 11,00 por bushel pela primeira vez em 2025.
O otimismo foi reforçado no fim de semana, quando negociadores anunciaram que já há um esboço do acordo que será discutido pelos presidentes Trump e Xi. Por pressão dos EUA, o documento deve incluir um compromisso de compra de produtos agrícolas americanos pela China, com destaque para a soja.
Tarifa de 20%
Os EUA são o segundo maior fornecedor de soja para a China, atrás apenas do Brasil. Devido à guerra comercial, porém, o grão americano está pagando 20% de tarifa para entrar no país asiático. Essa taxação torna as margens de esmagamento negativas, inviabilizando a importação de soja dos EUA pelas indústrias chinesas.
SOJA | Gráfico Semanal do Contrato Mar/26 na Bolsa de Chicago
PROPHETX/AGRURAL Em cents de US$ por bushel.
Por isso, a China tem reforçado as compras de soja do Brasil, Argentina e outras origens menores e, até o momento, não comprou nenhum grão de soja da safra 2025/26 dos EUA. É a primeira vez em 30 anos que a China não aparece entre os principais importadores do grão americano.
Impacto no Brasil
Embora a alta das cotações em Chicago seja bem-vinda, a possibilidade de a China voltar a comprar soja dos EUA significa procura mais fraca pelo grão do Brasil. Por isso, os nossos prêmios de exportação têm caído. Resultado: os preços recebidos pelo produtor brasileiro não estão muito diferentes dos registrados na semana passada.
SOJA | Prêmios de Exportação para Embarque em 2026
CORRETORAS/AGRURAL Em cents de US$ por bushel sobre as cotações equivalentes na Bolsa de Chicago.