A estiagem e as altas temperaturas no Sul do Brasil e no sul de Mato Grosso do Sul reduziram a safra de soja 2021/22 do Brasil em 11,3 milhões de toneladas na comparação com a projeção de um mês atrás, para 133,4 milhões de toneladas, de acordo com avaliação da consultoria AgRural divulgada nesta segunda-feira.
O número já é menor que o recorde de 137,3 milhões de toneladas da safra passada e representa quebra de 12 milhões de toneladas em relação à produção potencial de 145,4 milhões divulgada no início de novembro.
“O Estado mais afetado até agora é o Paraná. Após as perdas iniciadas no oeste (ainda a região mais severamente atingida), a safra também viu seu potencial diminuir em outras regiões devido à piora da seca e do calor ao longo de dezembro”, afirmou a AgRural em nota.
“Não fossem as chuvas um pouco mais regulares na metade leste do estado, a quebra seria ainda maior”, acrescentou.
A estimativa de produção baseia-se em área de 40,6 milhões de hectares (inalterada em relação a dezembro) e em produtividade média de 54,8 sacas por hectare, a mais baixa desde a safra 2015/16.
A AgRural também cortou a produtividade esperada para os outros dois Estados do Sul.
No Rio Grande do Sul, importante produtor juntamente com o Paraná, houve um corte “agressivo” na estimativa apesar de a definição da safra ocorrer normalmente somente no começo do ano.
“O tempo muito quente e seco de dezembro resultou em encurtamento do ciclo em diversas áreas, que têm plantas de porte muito baixo já em floração e início de formação de vagens”, explicou a consultoria.
Chuvas e temperaturas mais amenas são necessárias imediatamente para evitar mais perdas no Estado, ressaltou.
Por conta do tempo mais seco, Mato Grosso do Sul também teve corte em sua estimativa de produtividade, “mas menos severo que nos Estados do Sul do Brasil”.
“No resto do país, a safra se desenvolve bem e a expectativa é de altas produtividades em Mato Grosso, onde as primeiras áreas já estão sendo colhidas”, destacou.
Com informações da Reuters