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Dificuldades financeiras da Argentina auxiliam soja em Chicago – Folha de SP

15 de agosto 2018 |

Por Mauro Zafalon

Colaboração de Daniele Siqueira

 

A Argentina, importante exportadora de farelo e de óleo de soja, vai interromper a redução gradativa de impostos de exportação nesses dois produtos.

Desde que assumiu a Presidência, Mauricio Macri vinha reduzindo em 0,5 ponto percentual por mês a taxa. No início de seu governo, o imposto estava em 32%. Atualmente, está em 23%. A meta é deixar o governo com taxa de 18%.

A taxa de redução gradual será mantida, no entanto, nas exportações de soja em grãos. Ao contrário do que ocorre no Brasil, as exportações de soja em grãos na Argentina têm menos importância do que as de farelo e de óleo.

Para a analista Daniele Siqueira, da AgRural, a suspensão ocorre porque o governo quer aumentar a arrecadação de impostos e reduzir o déficit fiscal do país, uma medida acertada com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Vista como desestimuladora à produção de soja, a medida do governo argentino provocou uma alta de 2,5% na cotação do farelo, em Chicago, nesta terça-feira (14). O farelo puxou a soja, que teve evolução de 1,3% no contrato de setembro.

A ação do governo argentino provocou uma recuperação do preço internacional da soja, que havia desabado na sexta-feira (10), após os bons números divulgados pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para o setor.

Em agosto, o governo faz a primeira estimativa de produtividade de soja. Ela veio acima do previsto e pode garantir safra recorde.

A produtividade de soja estimada pelo Usda é de 57,8 sacas por hectare, abaixo das 58,3 sacas da safra 2016/17. Com o aumento de área, porém, a safra deverá atingir o recorde de 124,8 milhões de toneladas em 2018/19.

“Está sobrando soja” diz Siqueira. A produção recorde mantém os EUA na liderança mundial de produção e eleva os estoques finais do país para 21,4 milhões. Ou seja, em 31 de agosto de 2019, os Estados Unidos terão uma sobra de soja nunca atingida antes.

Mesmo em guerra comercial com a China, os americanos não esperam intensa redução nas exportações da oleaginosa. Na safra que está se encerrando, as vendas externas vão somar 57,1 milhões de toneladas. Na próxima (a 2018/19), caem para 56,1 milhões.

E aos brasileiros, maiores produtores mundiais após os EUA, nem rezar adianta para que ocorra uma redução desse volume recorde.

A safra nos EUA está uma semana adiantada em relação ao tempo normal, e restam apenas duas outras para a maturação dos grãos. Eventuais chuvas na colheita poderiam reduzir um pouco a produção.

Esses números, mesmo elevados, não afetam muito, ainda, o mercado brasileiro. Variação cambial e prêmio pago ao produto brasileiro mantiveram os preços internos estáveis, apesar da queda da semana passada em Chicago.

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