Altas temperaturas e irregularidade das chuvas devem reduzir produção de soja ainda mais
No início de janeiro, a AgRural reduziu sua estimativa de produção de soja na safra brasileira 2018/19 de 121,4 milhões para 116,9 milhões de toneladas. O motivo foi o tempo quente e seco de dezembro, que causou estragos na soja precoce de alguns estados, com destaque para Paraná e Mato Grosso do Sul.
Naquele momento, a AgRural já sinalizava que a produção poderia sofrer novos cortes caso as condições climáticas continuassem desfavoráveis às lavouras. “Merece atenção o baixo volume de chuvas previsto para as duas próximas semanas, que podem reduzir o potencial produtivo de Goiás, São Paulo, Minas Gerais e também do Matopiba”, dizia a nota divulgada em 9 de janeiro.
A AgRural divulgará sua próxima estimativa de safra em 8 de fevereiro. Os números ainda estão sendo levantados em todo o Brasil. Mas, com base nas condições registradas desde o início de janeiro (veja mapa abaixo), já é possível afirmar que a revisão trará um número inferior aos 116,9 milhões de toneladas estimados no início de janeiro. Além disso, estados que não tiveram redução na estimativa passada verão suas expectativas de produtividade caírem na nova previsão.
Enquanto a redução de safra prevista para fevereiro não sai, veja como ficou a estimativa de janeiro:
Chuvas irregulares e calor tiram do Brasil a chance de outra produção recorde
(Divulgado em 9/jan)
A irregularidade das chuvas e o calor que marcaram o mês de dezembro em alguns estados, com destaque para Paraná e Mato Grosso do Sul, tiraram do Brasil a chance de ter mais uma safra recorde de soja. Estimativa concluída nesta quarta-feira (09) pela AgRural aponta que a produção do grão no ciclo 2018/19 deve alcançar 116,9 milhões de toneladas, abaixo dos 121,4 milhões da estimativa anterior, divulgada em 30 de novembro, e do recorde de 119,3 milhões de toneladas colhido na temporada 2017/18.
A produção de 116,9 milhões de toneladas é baseada em área de 35,9 milhões de hectares (inalterada em relação à estimativa anterior e 720 mil hectares superior à do ciclo passado) e em produtividade de 54,3 sacas por hectare, contra 56,4 sacas na estimativa de 30 de novembro e 56,6 sacas na safra passada. Produtividade e produção serão revisados no início de fevereiro e podem ser reduzidos novamente caso as condições climáticas sejam desfavoráveis às lavouras nas próximas semanas.
Alerta foi dado um mês atrás
Depois do plantio mais rápido da história e de condições iniciais que apontavam chance de mais uma safra recorde no Brasil, a falta de chuva e o aumento das temperaturas passaram a preocupar os produtores do Paraná e de Mato Grosso do Sul, conforme alerta feito pela AgRural já no início de dezembro.
A redução de 4,5 milhões de toneladas em relação à estimativa anterior – 2,5 milhões no Paraná, 1 milhão em Mato Grosso do Sul e 1 milhão nos demais estados – deve-se a perdas que se concentram em áreas plantadas em setembro, com variedades de ciclo mais curto, cujas lavouras não aprofundaram suficientemente as raízes devido à umidade presente no plantio e desenvolvimento vegetativo e que durante a estiagem de dezembro atravessavam a fase decisiva de enchimento de grãos.
Menor produtividade desde 2015/16 no PR e MS
No Paraná, a produtividade média estimada neste momento pela AgRural é de 52,5 sacas por hectare – a mais baixa desde a safra 2015/16. Todas as regiões do estado foram atingidas pela estiagem e pelo calor, mas as maiores perdas se concentram no oeste, que planta mais cedo.
Para Mato Grosso do Sul, cujas perdas são mais severas em sua porção sul, a produtividade estimada neste momento é de 52,7 sacas por hectare – também a mais baixa desde 2015/16.
Perdas isoladas em Mato Grosso
Apesar de continuar sendo o destaque positivo da safra 2018/19, Mato Grosso também sentiu os efeitos da distribuição irregular das chuvas e das altas temperaturas de dezembro. Em alguns pontos, o excesso de chuva também causou perda de potencial. Por isso, a AgRural reduziu sua estimativa de produtividade média para o estado para 56,6 sacas por hectare – ainda em linha, porém, com o recorde obtido na safra passada. A expectativa de melhora da produtividade nas áreas que serão colhidas a partir de 15 de janeiro justifica a boa média esperada em Mato Grosso.
Ajustes pontuais
Outros estados que tiveram redução de produtividade foram Goiás e Rio Grande do Sul. Nos demais estados, os números de 30 de novembro foram em sua maioria mantidos e serão revisados em fevereiro. Merece atenção o baixo volume de chuvas previsto para as duas próximas semanas, que podem reduzir o potencial produtivo de Goiás, São Paulo, Minas Gerais e também do Matopiba.
Colheita
As colheitadeiras já estão em campo em Mato Grosso, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia e pontos isolados de Minas Gerais e São Paulo. Os primeiros números de colheita da safra 2018/19 de soja serão divulgados pela AgRural na sexta-feira (11).
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Estiagem e calor também pesam sobre milho verão do Sul
As temperaturas altas e a distribuição irregular das chuvas também impactaram a produtividade da safra 2018/19 de milho verão no Sul do Brasil. As maiores perdas estão no Paraná, mas cortes também foram feitos em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Não houve alteração nos números de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, que plantam mais tarde e terão revisão em fevereiro.
Produção do Centro-Sul muda pouco
Com os ajustes no Sul, a produção de milho verão do Centro-Sul do Brasil é estimada agora em 21,3 milhões de toneladas, contra 21,6 milhões na estimativa de 30 de novembro e 20,3 milhões de toneladas em 2017/18. A produção é baseada em área de 2,927 milhões de hectares (73 mil hectares acima da safra passada) e em produtividade média de 121,5 sacas por hectare, ante 123,5 sacas na estimativa prévia e 118,3 sacas no ciclo anterior.
Brasil
Combinando os números da AgRural para o Centro-Sul com as estimativas da Conab para o Norte/Nordeste, a produção de milho verão 2018/19 do Brasil fica em 27,1 milhões de toneladas, ligeiramente acima dos 26,8 milhões de toneladas de 2017/18.
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