BLOG | Sobe e desce continua, mas preço de grãos se mantém em patamares altos 

Sobe e desce continua, mas preço de grãos se mantém em patamares altos 

3 de maio 2022 |

 

 

 

A gangorra internacional dos preços dos grãos continua. Após chegar próximo dos valores históricos na semana passada, os produtos voltaram a cair neste início de semana.

Essas incertezas no mercado de commodities vêm do atraso de plantio nos EUA, do lockdown na China e da elevação dos juros pelo Fed (o banco central americano).

A instabilidade externa, somada à alta do dólar e à ocorrência de pequenos problemas na safra de milho em Goiás, mexe também com o mercado interno de grãos.

As expectativas são de melhora no plantio de soja e de milho nos Estados Unidos na próxima semana.

Com isso, os preços caíram bem nesta segunda-feira (2), segundo Daniele Siqueira, analista da AgRural, de Curitiba.

Por ora, no entanto, o plantio continua em ritmo bem mais lento do que nos anos anteriores, devido ao clima frio.

Até o início deste mês os norte-americanos semearam apenas 8% da área que será destinada à soja. A média dos últimos cinco anos indica um percentual de 22%.

Já o plantio de milho ocorre em apenas 14% da área, bem abaixo dos 42% de média dos últimos cinco anos, conforme dados do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).

Embora o cenário atual indique pouca atividade das máquinas nos campos dos EUA, ainda há perspectivas de uma boa recuperação do plantio, na avaliação de Siqueira.

A capacidade plantio dos norte-americanos é muito grande, com potencial de pelo menos 11 milhões de hectares por semana, como ocorreu no inicio de maio do ano passado na semeadura do milho.

O plantio de milho só ficaria bastante complicado se o clima frio se alongar para depois da primeira quinzena deste mês. Nesse caso, o produtor optaria pela soja, uma vez que a produtividade do milho poderia ser comprometida.

Já a soja ainda tem um período mais elástico para o plantio, que vai até o fim de junho. O mercado está de olho no plantio dos Estados Unidos porque a oferta mundial de grãos já tem problemas em várias regiões.

A participação da China, principal importadora mundial de grãos, também é incerta neste momento. O lockdown em Xangai não deve alterar muito a demanda por alimentos, mas interfere na logística, com atrasos na chegada e na saída de produtos dos portos chineses, afirma Siqueira.

O mercado de grãos sofre, ainda, os efeitos da política de juros do Fed que, mais uma vez, deverá elevar a taxa de juros nos Estados Unidos.

A alta dos juros tira dinheiro das commodities, um mercado mais arriscado, e leva para outros ativos, propiciando queda no preços.

Nesta segunda, embora continuem elevados, os preços das commodities caíram na Bolsa de Chicago. A soja recuou 2,3% no contrato de julho, para US$ 16,46 por bushel (27,2 kg). Milho e trigo recuaram 1%.

Os preços atuais estão bastante favoráveis aos produtores norte-americanos. Nos últimos 12 meses até março, o trigo subiu 70%; o milho, 35%; e a soja, 17%, segundo o Usda.

No Brasil, a alta do dólar permitiu um movimento interno maior de negócios. Cotada a R$ 5,09, a moeda norte-americana auxilia na queda da soja em Chicago, devido à preferência pelo produto brasileiro, mas pressiona ainda mais as cotações internas.

A saca de soja está sendo negociada a R$ 190 em Cascavel (PR), 10,5% a mais que há um mês. Já em Sorriso (MT), o valor é de R$ 171, com alta de 8%.

Segundo cotações da AgRural, o milho teve variação de 4% em Cascavel nos últimos 30 dias, mas subiu 7% em Goiás, onde as condições de safra não são tão boas como as do Paraná.

O mercado ainda vai passar por momentos de incertezas. A China, que importou 99 milhões de toneladas de soja na safra passada, deverá comprar 91 milhões nesta (de outubro de 2021 a setembro de 2022).

Devido aos preços elevados, os chineses estão controlando as compras, principalmente porque as margens dos produtores de proteínas estão baixas, diz a analista.

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