Mais uma notícia ruim para o produtor brasileiro. Os americanos vão aumentar em 5% a área de soja nesta safra 24/25 e diminuir em 4% a de milho.

Por ora, são dados da primeira intenção de plantio, que podem não concretizar, mas vão manter a pressão sobre os preços, já bem abaixo dos de há um ano no mercado internacional.

Além da quebra de produção, os produtores brasileiros deverão conviver com preços bem menos atrativos do que os de anos anteriores.

Em reação aos novos números do Usda, o contrato de maio da soja fechou em US$ 11,66, com queda de 0,9% no dia e o menor valor desde 31 de maio do ano passado. O milho caiu 1,2%, para US$ 4,2975 por bushel (25,4 kg), um preço que não registrava nos contratos com vencimento em maio desde 2020, segundo a AgRural.

Os dados de intenção de plantio foram divulgados nesta quinta-feira (15) pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no Agricultural Outlook Forum, um evento anual que avalia as perspectivas de plantio de grãos, fibras, oleaginosas e da produção de carnes.

Os preços do milho estão tão pouco atraentes que os agricultores vão substituir parte da área desse cereal por outras culturas, como soja e algodão.

Conforme os dados desta quinta-feira (15) do Usda, os americanos vão destinar 36,8 milhões de hectares para o milho. A soja terá 35,4 milhões.

O trigo é o que mais perde espaço, com a área do cereal recuando para 19 milhões de hectares, 5% a menos do que em 2023. Já o algodão vai a 4,45 milhões de hectares, com evolução de 7,5%.

Se o Usda estiver certo em sua avaliação, a área total destinada aos principias grãos e oleaginosas cai 1% nesta safra, em relação à de 2023.

A execução desses números pressupõe, no entanto, condições climáticas normais durante o período de plantio, segundo o órgão americano.

Nesta safra, os produtores vão conviver com preços dos grãos mais baixos, mas também com custos menores. O preço de alguns tipos de adubo recuou 40% nos últimos 12 meses, e o do diesel está 20% mais baixo. O custo dos juros, porém, está mais elevado, segundo os técnicos do órgão agrícola do governo americano.

Os preços futuros do milho estão 20% inferiores aos de há um ano, e os da soja, 15%, relatou o Usda na sua avaliação do mercado.

O cenário para o milho nos Estados será de produção menor, mas uso interno maior. A oferta será recorde devido aos estoques vindos da safra anterior. As exportações se recuperam

A soja terá um aumento de 8% na oferta, mas a demanda cresce porque os americanos vêm utilizando mais a oleaginosa na produção de biocombustíveis.

A oferta de farelo de soja, com aumento do esmagamento no Brasil, na Argentina e nos Estados Unidos aumenta, e os preços ficam menos pressionados, na avaliação do Usda.

O óleo, outro derivado da soja, também terá aumento na oferta devido à demanda crescente do produto para os biocombustíveis.

O trigo será o produto com maior queda na área de plantio nos Estados Unidos. Os preços do cereal são pouco competitivos em relação aos do algodão e do sorgo, seus concorrentes.

O Usda destaca nessa primeira avaliação das lavouras as boas perspectivas de produtividade na safra 2024/25. Soja e algodão deverão ter aumento de 3%, e milho e trigo, de 2%. Já o sorgo dispara e sobe 33%.

A saca de soja no disponível foi negociada nesta quinta-feira a R$ 109, em Cascavel (PR), e em R$ 93,50, em Sorriso (MT). Há um ano, os valores eram de R$ 162,50 e de R$ 146,50, respectivamente, segundo acompanhamento da AgRural.

A oferta total de proteína animal volta a subir neste ano, com aumentos nas produções de carne de frango e suína. Após uma queda de 1%, em 2023, a produção do setor sobe para 48,5 milhões de toneladas, em 2024, com evolução de 1%.


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