Soja: após quebra na safra anterior, RS tem potencial para compensar perdas em MT nesta temporada

9 de janeiro 2024 | Sem categoria

Com o avanço da colheita de soja e a confirmação da quebra de safra em Mato Grosso, o Rio Grande do Sul concentra as atenções do mercado. A analista de mercado da AgRural Daniele Siqueira diz que o Rio Grande do Sul tem potencial para repor neste ciclo as 10 milhões de toneladas perdidas com a seca em 2022/23 e compensar o que não será produzido por Mato Grosso. Em sua última estimativa, em dezembro, a AgRural calculou perdas de aproximadamente 5,5 milhões de toneladas em Mato Grosso. “É bastante provável que essa perda seja maior, e saberemos isso nas próximas revisões”, disse Siqueira ao Broadcast Agro.

Segundo ela, se o Rio Grande do Sul vier com uma safra “normal”, de 21 a 23 milhões de toneladas, o Estado acabará compensando pelo menos parte das perdas de Mato Grosso e de eventuais reduções nos demais Estados. “Como quase todos os Estados tiveram recorde de produtividade na safra passada, é razoável que eles tenham alguma redução na safra atual.” Nesse caso, em um comparativo global, a safra do Rio Grande do Sul pode significar para a brasileira o que a safra argentina deve significar para os estoques mundiais, uma vez que as previsões para o país vizinho têm garantido a safra da América do Sul no contexto global.

“A quebra em Mato Grosso está consolidada”, afirmou Siqueira. “O mercado externo olha para a produção da América do Sul como um todo e não para o Brasil isoladamente”, explicou. Segundo ela não há mais preocupação com Mato Grosso nem com Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), “que está com chuvas mais alinhadas”. Segundo a analista, o risco para a região é menor do que o estimado inicialmente.

Já para Mato Grosso, ela diz que áreas plantadas tardiamente estão sendo beneficiadas com chuvas no momento. “É difícil dizer qual vai ser o tamanho da safra. Sabemos que será menor, mas é difícil precisar quanto”, disse.

“O Paraná está colhendo com boas produtividades, mas o Rio Grande do Sul está completamente em aberto”, segundo ela, e isso também pode ajudar na manutenção da safra. mas a analista alerta que o tamanho da safra gaúcha só será conhecido no fim de fevereiro/ começo de março. “Muita coisa ainda pode acontecer”, diz. “No momento, preocupa um pouco o calor e a falta de chuvas no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.”